Luke: Olá a todos! Aqui é o Luke Johnson, autor do canal Know Your Poker, e hoje temos um convidado especial: Uri Peleg. Um jogador de high stakes e um treinador extraordinário! Eu dou aulas há oito anos, e meus alunos que estudaram com o Uri falam maravilhas sobre ele. Parece que ele é um dos melhores coaches do mundo do poker.

Vamos assistir juntos à gravação da sessão dele no NL200 Rush & Cash do GG Poker. Conte um pouco sobre a sua abordagem geral para esse limite. Claro, não é o seu limite principal de trabalho, mas com certeza você tem algumas ideias sobre ele.

Uri: Na maior parte das vezes, eu jogo nesse limite apenas para gravar vídeos para os alunos. Eu simplesmente sento nas mesas e deixo minha atenção livre, deixo ela flutuar. As pessoas aqui cometem um monte de erros e revelam muita informação com suas ações. Por isso, eu tento não pensar em estratégia complexa e focar principalmente em observar os adversários.

4.9
GGPoker é uma sala da Asian GG Network. Desde 2020, a famosa série de torneios WSOP é realizada nela e, desde então, se tornou a principal sala de poker on-line do mundo.

Stacks de 100 bb. O jogador em UTG faz um mini-raise. Todos dão fold até o Uri no BB, e ele tem .

Uri dá call.

Flop (4,5 bb):

Uri dá check. Oponente aposta 2,3 bb. Uri paga.

Turn (9 bb):

Uri dá check. Oponente aposta 2,3 bb. Uri – ?

Luke: Spot interessante! O oponente apostou meio pote rápido no flop e agora aposta a mesma quantidade de blinds no turn, um quarto do pote. Isso é meio sem sentido! Com a sua mão, dificilmente existe outra opção além do call, mas com outras mãos haveria alternativas. Digamos, alguns folds poderiam ser transformados em raises. Estou certo?

Uri: Claro, esse sizing chama atenção. Ele é claramente não teórico. Parece que, em uma carta que completa o flush, deveríamos apostar 50–75% do pote. Um quarto do pote representa uma mão de força parecida com a nossa, então o fold é improvável. O que ele está tentando fazer? Por padrão, eu sempre considero que, quando o oponente escolhe um sizing não teórico, ele não conhece a teoria para esse spot e decide sua aposta com base em dois fatores – a força da própria mão e a nossa ação mais desejável para ele. Um sizing fraco indica um range fraco.

Como responder? Eu fiquei relativamente conhecido como autor de um curso que ensina jogo exploitativo. Por isso, muitos adversários jogam um pouco diferente contra mim, e até que eu tenha reads mais confiáveis, prefiro não me desviar do equilíbrio. Mas, se você é desconhecido para o oponente, o raise aqui vai ganhar o pote muitas e muitas vezes, e não importa se você tem uma mão que gostaria de pagar.

Uri dá call.

River (13,5 bb):

Uri dá check. Oponente aposta 10,8 bb. O final da mão não é mostrado por causa de um corte na edição, mas parece que Uri deu fold.

Até o botão, todos dão fold, no botão, Uri recebe e dá um raise de 2,5 bb. O big blind faz uma 3-bet para 12 bb.

Luke: Entendo que aqui damos call?

Uri: Sim, para uma 4-bet de blefe eu escolho mãos da parte inferior do meu range de call, e aqui o call é feito com bastante margem.

Flop (24,5 bb):

O BB dá check. Uri aposta 12,3 bb. Oponente desiste.

Luke: Não sei bem o que dizer sobre isso. Provavelmente eu usaria um randomizador, porque não consigo escolher a melhor linha – ambas têm vantagens e desvantagens.

Uri: Sim, teoricamente nossa decisão é mixada. Mas vale perguntar se não existem outros argumentos em favor de uma delas. Parece que uma mão forte em uma textura como essa sempre vai c-betar. Pensamento um pouco ingênuo, mas afinal, é um board perigoso, cheio de draws, e queremos proteger uma mão forte. Por isso, o range de check parece ser , , . Creio que isso seja uma generalização justa para limites mais baixos, onde as pessoas jogam de forma mais intuitiva e menos balanceada. Portanto, tentar ganhar o pote imediatamente me parece correto. Se eu der check, muitas vezes terei que desistir frente a uma aposta no turn, além de dar ao oponente justificativa para um bluffcatch com uma mão de força média.

Luke: Se saísse um flop baixo, , por exemplo, e o oponente desse check, eu certamente apostaria com mais frequência do que recomenda a teoria, porque não espero uma quantidade suficiente de check-raises. Mas em um flop alto, em um limite onde as pessoas certamente não 3-betam cartas baixas o suficiente, me parece perigoso demais. Digamos, mãos como e similares são 3-betadas com baixa frequência e sempre check-foldam nesse flop, mas aqui eu acho que elas podem não ser 3-betadas nunca. Por outro lado, concordo contigo que no check dele haverá armadilhas de menos.

Uri: Eu tomo a decisão no momento, até o timing do check dele pode influenciar. E já decido quanto dinheiro estou disposto a colocar no pote no turn e no river. Vou continuar apostando nos blanks. Como o range dele tem algum tipo de conexão com a textura, vou desistir em uma dama (não com a mão atual, claro, mas em geral) ou um valete. Num rei dobrado eu continuo, num dez ou nove dobrados, eu desisto. E ainda falta decidir o que fazer num flush. Então, sim, existem muitos turns, mas é possível agrupá-los, por isso, para mim, os turns são apenas cinco.

Da primeira posição, Uri dá raise com . Apenas o jogador no BB paga.

Flop (4,5 bb):

Check – check.

Turn (4,5 bb):

BB dá check, Uri aposta 2,3 bb. BB dá check-raise para 9 bb. Uri – ?

Fold.

Luke: Na minha opinião, um excelente bet/fold, que muitos não fariam. Fizemos um raise padrão no pré-flop, demos check num flop horroroso, no turn conseguimos alguma equidade...

Uri: Isso se chama straight.

Luke: Sim, straight, mas já que você folda imediatamente ao check-raise, o que eu quis dizer é que ele vale pouco. Acho que muita gente pagaria pelo menos uma vez. E você não só foldou, fez isso instantaneamente. Estou impressionado.

Uri: Quando ele dá raise, minha mão é um bluffcatcher que não pode melhorar. Se é apenas um bluffcatcher, a opção de fold aparece. Segunda pergunta – com o que as pessoas blefam aqui? Num board rainbow? Em geral, uma decisão que leva um segundo. Na verdade, num board com flush draw eu também foldaria, é um spot pouco intuitivo para blefar.

Luke: Num board com flush draw eu não foldaria.

Uri no small blind dá raise de 3 bb com . O BB paga.

Flop (6 bb):

Uri faz uma c-bet de 2 bb, e oponente paga.

Turn (10 bb):

Uri aposta 3,3 bb. Oponente paga.

River (16,5 bb):

Uri aposta 1 bb.

Luke: O que é isso?

Uri: Um sizing não padrão, claramente desbalanceado.

Luke: Você o utiliza porque não espera receber blefes suficientes em resposta?

Uri: Exatamente, aposto de acordo com a força da mão e não espero uma grande agressão de volta. Portanto, não me preocupo com o fato de estar jogando, digamos assim, com as cartas abertas.

O oponente dá fold.

Luke: Com outra mão você usaria um sizing potencialmente enorme? Digamos, com ou faria um overbet?

Uri: Só posso dizer que quando você aposta um terço no flop e um terço no turn, o blefe no river com um tamanho grande mostra um EV muito maior que o teórico.

Luke: Contra um range amplo e fraco deixado para o oponente, isso não surpreende.

Eu gosto bastante de blefar em linhas quebradas, usando o termo do Pete Clarke. Bet – check – bet, check – check – bet. Isso funciona especialmente bem no BB contra o botão, quando flop e turn são checkados – é dificílimo para o botão defender mãos suficientes contra uma aposta de um terço do pote. Sua linha, claro, não é quebrada, você deu três barris, mas lembra um pouco, já que seu sizing em cada street dava ao oponente uma ótima oportunidade de dar raise. E aí, recusando-se duas vezes a subir, ele agora precisa defender 95% do range no river. Boa sorte!

Uri: Sim, vai ser complicado.

Luke: Eu nunca jogaria assim, mas é por isso que eu te chamei – certamente você vai mostrar linhas que eu nem considero. Embora apostar 1 bb na dama seja fino demais.

Uri: Apenas jogo. Freestyle.

Na segunda posição, com stacks de 120 bb, Uri faz um raise de 2,5 bb com . O jogador no small blind faz uma 3-bet para 11 bb. Uri dá call.

Flop (23 bb):

O oponente aposta 3 bb. Uri paga.

Luke: O que você pensa sobre esse sizing e sobre o oponente no geral? Para mim, ele imediatamente parece um profissional – só pela bandeira do Reino Unido e pelo nick trollbag! Por isso, essa aposta me parece um range bet e não revela a força da mão, como aconteceria contra um recreativo.

Uri: Jogadores recreativos normalmente não fazem apostas tão pequenas, então essa linha parece profissional.

Turn (29 bb):

Check – check.

River (29 bb):

O oponente aposta 3 bb. Uri paga e perde para .

Luke: Você tinha os melhores naipes possíveis para pagar. E com também daria call?

Uri: Ah, eu realmente não entendo disso, me ensina! Por que eu precisaria desses naipes? Ah, porque com eles, ele daria segundo barrel no turn, ok!

Luke: Tá, mas ? Essa mão é claramente pior que os valetes !

Uri: Não sei, cara, ele apostou só seis dólares, eu fiquei curioso! Vai ver ele é reg, vai ver é random. Sério mesmo, não acho que exista fold aqui no vácuo.

Luke: Eu ainda acho que a bandeira britânica e um nick trollador são fatores relevantes.

Uri: Para o meu curso eu gravei um vídeo jogando com VPIP 100%, nunca dando c-bet e sempre dando raise em apostas pequenas no turn. Eu estava testando a hipótese de que as pessoas seguem a força da própria mão e agem de acordo, sem olhar para as minhas cartas. Joguei assim por 20 minutos e, parece, só perdi uma mão depois de um raise no turn.

Com stacks de 100 bb, Uri da segunda posição faz raise de 2,5 bb com . O BB paga.

Flop (5,5 bb):

Check – check.

Turn (5,5 bb):

O oponente aposta 2,8 bb. Uri – ?

Luke: Eu gosto do raise com essa mão, o que você acha?

Uri: Eu considerei o raise, mas é muito desconfortável dar raise segurando o . Se sair a quarta de paus no river, o raise enfraquece demais o nosso valete.

Uri paga.

River (11 bb):

Ooponente dá check. Uri – ?

Luke: Se você fosse anônimo, provavelmente apostaria 15 bb e ganharia o pote sempre, certo? Claro que o check ainda ganha algo no showdown, mas o overbet, eu tenho certeza, ganha mais.

Uri: Nem sei. Eu pago pequenas apostas no turn com , . Qualquer par de mão com uma de paus etc., então tenho muitos possíveis blefes no river. Mas nunca se sabe em qual nível o oponente está pensando. Talvez, ao ver uma aposta grande, ele se assuste e dê fold em tudo. Eu costumo jogar high stakes, lá você tem que ser mais cuidadoso, porque as pessoas sabem contar combinações de blefes.

Uri dá check e perde para .

No botão com stack de 100 bb, Uri faz raise de 2,5 bb com . Trollbag no small blind faz uma 3-bet para 10,5 bb. Uri passa o mouse nas estatísticas dele: 28 VPIP, 23 PFR, 9% 3-bet em 1.877 mãos. Uri dá call.

Flop (22 bb):

O oponente faz c-bet de 16,5 bb. Uri – ?

Uri: Jogamos uma mão na qual ele tentou me provocar com uma mão forte usando uma aposta pequena. Se você joga assim quando quer o call, o que faz quando não quer? Essa aposta me parece muito parecida com , , , A8s. A força da minha mão contra esse range me satisfaz totalmente. No vácuo, eu não me sentiria tão confortável.

Uri paga.

Turn (55 bb, stack efetivo 74 bb):

Luke: Você acha que ele está blefando. Se ele der check, você também dará check para provocá-lo?

Uri: Claro. E o bônus extra é que aqui é particularmente boa, porque muitos dos blefes dele melhoram com o rei no river, e melhoram exatamente o suficiente para perder mais dinheiro.

O oponente dá check. Uri dá check atrás.

River (55 bb, stack efetivo 74 bb):

Luke: Você quer ver um all-in aqui? Ou check? O que te agrada mais?

Uri: Oh, eu realmente quero ver um all-in.

O oponente dá check. Uri – ?

Luke: All-in por você parece uma excelente ideia. Ele pode te colocar em um monte de blefes e pagar com mãos bem questionáveis.

Uri: Sim, eu sempre tento dar aos oponentes a chance de cometerem um erro. Eles ainda estão aprendendo, podem ter mãos aleatórias. E com , aparentemente, ele deve pagar o shove.

Luke: Eu acho que não, mas ele pode encontrar call, digamos, com .

Uri dá all-in. Não vemos o resultado, mas provavelmente o oponente foldou.

Stacks de 100 bb. O jogador no hijack faz raise de 2 bb. Uri no small blind, com , dá 3-bet para 9,5 bb. Call.

Flop (20 bb):

Luke: Em que você pensa num flop desses com noves? E, aliás, o que significa essa marca azul no oponente?

Uri: Apenas que é um reg. O plano para a mão... Se estou com preguiça de pensar, aposto um terço no flop e sigo a partir daí. Eu, no geral, imagino bem o que fazer nessas situações.

Aposta 6,6 bb. O oponente escreve no chat que adora o conteúdo do Uri e dá call.

Turn (33,2 bb):

Uri – ?

Luke: Para mim é check. Ele vem à cabeça imediatamente quando se vê essa textura. Mas assistir e jogar são processos diferentes. Me pergunto se eu seria capaz de encontrar a sua linha durante a sessão.

Uri aposta 24,9 bb. O oponente dá fold instantâneo.

Luke: Assim que vi a sua aposta, imediatamente achei excelente. Nós fazemos muitas mãos melhores foldarem: , , , . Gosto muito!

Uri: Para mim isso é apenas reconhecimento de padrões. Num pote em que eu dei 3-bet no small blind contra MP, é o meu pocket pair mais fraco. Se eu não blefar com , vai ser difícil encontrar blefes nesse board.

Uri – ?

Luke: No pote de 3-bet você apostou um terço no flop. Aliás, eu não gosto dessa aposta...

Uri: Eu também não!

Luke: Mas você gosta de colocar pressão nos oponentes?

Uri: Na verdade, não. Mas como eu disse, estou disposto a sacrificar precisão para não sobrecarregar o cérebro e focar nos adversários.

Luke: Nossa dama bloqueia o nuts, e flushes menores terão combo-draw no flop e muitas vezes darão check-raise. Tenho a impressão de que este é um bom spot para um hero call.

Uri: Em primeiro lugar, acho que ele pode extrair valor não só com flushes – eu mesmo tenho poucos flushes aqui. Embora sets talvez precisem temer que eu tenha feito set de reis no river e não deem all-in... Em segundo lugar, o problema mais comum: na NL200 as pessoas simplesmente blefam pouco com sizings gigantes. Sempre dá para inventar uma justificativa para um hero call, ela pode até ser ótima, mas eu sigo a regra: na primeira vez é sempre fold e anotação. Deixe ele fazer isso outra vez, aí dá para pensar em pagar. Nem precisa ser exatamente a mesma mão – basta jogar de forma convincente em algum outro spot para eu acreditar que ele sabe blefar.

Os blefes dele aqui seriam noves ou . Mas é tão simples com essas mãos escolher um sizing menor...

Luke: Pragmático! Um bilhete para nosso eu do futuro – gostei! Temo que eu cairia na armadilha e daria call... Tenho certeza de que pagaria aqui.

Uri: Aliás, alguns adversários, sabendo que vão aparecer no vídeo, mostram as cartas depois da mão :) Mas não foi o caso agora.

Uri dá fold.

Luke: Ainda assim, fold, e bem rápido. Concorda com essa decisão agora?

Uri: Sim, na prática é um bom fold. Além disso, meu estado mental para a sessão não era o de extrair meu A-game, e quando você não está jogando o seu A-game, hero calls estão proibidos.

Luke: Eu, ao contrário, tento jogar apenas meu A-game, porque se eu jogo mediano e termino perdendo, tilto demais. Quando eu jogo bem, o resultado não importa.

Muito obrigado pela análise! Espero que façamos uma segunda parte no futuro.

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