Cinco erros fatais que novos jogadores cometem no PLO5

Olá a todos os espectadores de PLO da GreenLine, aqui é o Vasily Falco! Hoje vou falar sobre os maiores erros que os iniciantes cometem ao fazer a transição para o Omaha de cinco cartas.

Erro nº 1: Ignorar as particularidades do PLO5

Para avaliar corretamente uma mão, é preciso considerar todas as cinco cartas. Jogadores que já jogaram Hold’em ou o Omaha clássico acreditam que ter duas ou três boas cartas já torna a mão inicial jogável. Esse é um grande equívoco.

No Omaha de cinco cartas, os requisitos de força da mão inicial aumentam exponencialmente. Elas devem ser avaliadas com base nos seguintes critérios importantes: valor, suits e conectividade. Somente a combinação desses três fatores torna uma mão realmente forte. Mesmo par de ases têm inúmeras variações — e algumas delas simplesmente não são jogáveis.

Se dividirmos por categoria, veremos que mãos double suited são jogadas com muito mais frequência do que as single suited. Para mãos sem par, a diferença é de três vezes: 7% contra 25%.

Nas mãos com um ou dois pares, a diferença não é tão acentuada, mas ainda significativa — cerca de 50%

Mãos com um par e uma única suit são abertas 14% das vezes, enquanto suas versões double suited são abertas 23%. O mesmo vale para mãos conectadas.

Pegue mãos com par de reis, por exemplo: apenas 33% das vezes são boas o bastante.

Os iniciantes frequentemente olham para dois reis e pensam que é uma mão superforte. Mas, sem vantagens adicionais, a mão não é boa o suficiente nem para dar raise em posição inicial. As melhores mãos com reis sempre serão double suited ou acompanhadas de outro par alto, idealmente ases.

Se as outras cartas forem ruins, até mesmo uma mão double suited como deve ser sempre foldada. A presença de dois, três e quatros realmente estraga a combinação.

Não tente avaliar uma mão com base em um único critério. Observe o conjunto total das cinco cartas iniciais. A ausência de uma segunda suit e/ou de conexões, ou a presença de cartas “envenenadas”, torna sua mão mais fraca — mesmo que contenha reis.

Erro nº 2: Supervalorizar par de ases no pré-flop

O segundo erro vem diretamente do primeiro. Você vê dois ases, ignora o resto das cartas e decide se comprometer com o stack. Isso pode sair muito caro.

Abrimos com ases em posição inicial, o botão paga e o small blind aplica um squeeze. O solver imediatamente dá fold para 5,6% das mãos e indica que outras 18,5% devem apenas pagar.

Vamos pegar uma dessas mãos como exemplo: . Usando uma calculadora, podemos ver o que acontece se aplicarmos uma 4-bet com essa mão inicial. O jogador no botão ( ) representa o pior cenário possível para nós — e, infelizmente, se nossos oponentes entenderem bem o jogo pré-flop, esse cenário é bem provável.

O cold caller no botão tem uma grande vantagem de equidade sobre nós e sobre o small blind, mesmo com uma mão aparentemente pior. Nossas cartas frequentemente se sobrepõem às do SB, e cerca de 90% do range dele consiste em ases melhores que os nossos. Por exemplo, .

Na verdade, mesmo que atribuímos ases suited ao adversário, nossa situação não melhora — na maioria das vezes estaremos em grande desvantagem. Mesmo com ases fortes, temos apenas 19,9% de chance de vitória pré-flop. Potes a três tendem a gerar taxas de perda astronômicas.

Não se apaixone por uma mão pré-flop, nem mesmo quando for com ases.

Erro nº 3: Não dar fold contra uma 3-bet

Esse é um erro comum que costuma ter consequências desastrosas. Muitos jogadores ouviram que a equidade pré-flop no PLO5 é próxima entre as mãos, e por isso, depois de um raise do UTG, acabam pagando quase sempre uma 3-bet do MP. A lógica parece fazer sentido: o jogador que abriu o pote tem uma mão forte, as equidades são parecidas e ninguém quer perder 3,5 big blinds.

Mas isso está fundamentalmente errado.

O solver descarta 22,5% das mãos, incluindo algumas que parecem fortes — como com duas suited ou conectividade bonita como .

É preciso avaliar a força da sua mão em relação ao range do MP.

Se o oponente joga de forma sólida pré-flop, o range de 3-bet dele será muito estreito e cheio de mãos fortes, o que faz com que esse range bloqueie bastante o nosso. Outro problema é realizar a equidade fora de posição. Jogando OOP, você precisa reagir às ações do adversário e acaba sempre em desvantagem.

A situação fica ainda mais complicada quando você acerta um flush draw junto com um pocket pair. Em potes 3-betados, seu range será frequentemente dominado por nut flush draws, então mãos como devem ser descartadas.

Um total de 35% das mãos com apenas um ás deve dar fold contra uma 3-bet — mesmo as mais bonitas visualmente. Do contrário, você cometerá erros críticos e se colocará em situações extremamente desvantajosas.

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Erro nº 4: Superestimar a força da sua mão

Lembre-se sempre: você pode estar dominado.

Digamos que cometemos um erro e abrimos do UTG com , pagando uma 3-bet.

No flop , o oponente aposta e decidimos continuar, achando que nossa equidade para jogar um pote grande é excelente — temos top pair, open-ended draw e second nut flush draw. Na realidade, contra , temos apenas 33% de equidade.

Isso acontece com frequência. Em ranges tights, como UTG vs MP, seu oponente terá muitas mãos com ases suited e conectados.
Evite jogar potes grandes no pós-flop com mãos inadequadas — às vezes você pode até pegar um coin flip, mas na maioria das vezes seu range estará fortemente dominado.

Erro nº 5: "Overplayar" mãos em potes multiway

Quanto mais jogadores estiverem na mão, mais criterioso você deve ser na escolha das mãos com que continua.

Abrimos do cutoff e recebemos call do botão e do big blind.

Nessa situação, devemos ia para a c-bet apenas 13% das vezes, pois nesse tipo de textura de bordo não temos tantas mãos fortes em relação aos ranges dos oponentes — ambos conectam bem com o board.

Não há motivo para apostar com todo o range, pois isso deixaria nosso range de check vazio. Queremos dar check ou check-call com algumas mãos fortes, ver um turn seguro e aumentar nossa equidade.

Outra opção é o check-raise. Jogando fora de posição contra o botão, queremos realizar nossa equidade completamente. Para isso, precisamos reduzir o SPR e, idealmente, colocar tudo em jogo (all-in). A frequência de aposta aqui, no entanto, é extremamente baixa.

Agora imagine outro cenário: Damos check, o botão aposta e o big blind paga. Aqui, damos fold em 59% do range, pagamos com 27% e aumentamos com 14%. Até 6% das mãos com set de damas dão fold. Por exemplo, se tivermos um oito, bloqueamos outs para full house e sets de oitos dos oponentes.

Com um set de damas, queremos ver um turn blank em 69% das vezes — é onde nossa equidade contra os ranges dos adversários aumenta significativamente. Os ranges de c-bet dos oponentes nesse board estarão cheios de flush draws e straight draws. Se colocarmos tudo no flop, nem sempre seremos favoritos: o botão pode ter um set de reis, e o big blind também terá uma mão forte contra nós.

Se acertarmos um turn blank, podemos colocar tudo de forma muito mais lucrativa. Somente mãos com equidade extra são boas para ir all-in: set + wrap + nut flush draw. O EV será bom mesmo contra um set de reis — e esmagaremos qualquer outra mão.

Outro cenário: o big blind aplica um raise. Pode parecer chocante, mas damos fold em 74% dos nossos sets.

Os ranges dos oponentes ficam muito mais estreitos: o range do big blind tende a ter pocket kings, nut draws com open-ended draws ou wraps.
Contra esse tipo de range, geralmente não temos equidade extra com pocket queens, e ainda há o botão com várias mãos fortes.
No fim, sobramos com apenas 26% das damas que valem continuar e só 5% que valem ir all-in.

Muitos jogadores "overplayam" suas mãos nessas situações. Lembre-se: à medida que o número de oponentes aumenta, o número de mãos fortes dentro dos ranges deles também aumenta.

É essencial entender a força relativa da sua mão. A equidade adicional fornecida pelas cartas secundárias é crítica, especialmente em mãos multiway.

O PLO5 ainda não está presente em todas as salas, mas algumas se tornaram verdadeiros polos do Pot-Limit Omaha de cinco cartas.

BetOnline, CoinPoker e Phenom Poker oferecem o jogo regularmente. É preciso acessar nos horários de pico para encontrar o maior número de mesas ativas, mas há boa ação disponível para os amantes do 5-card Omaha.

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