Ben começou sua colaboração com o site de Phil Galfond em 2013, gravou 195 vídeos de treinamento – cinco deles ainda estão no top 10 dos mais populares.

Antes disso, Ben passou muitos anos sem jogar poker e sem nenhum contato com a comunidade. A última entrevista “oficial” que Ben concedeu foi para Brandon Adams em 2020.

– Qual jogo foi o mais difícil de aprender? O que causou dificuldades?
– Difícil dizer, eles são muito diferentes entre si. Meu jogo favorito é PLO.

– De qual oponente você extraiu mais informações jogando HU?
Berri Sweet e Doug Polk.

– Sua aposta favorita?
– Joguei basquete um contra um com um amigo, e ele ficou o jogo inteiro usando uma luva de cozinha.

– Parece que jogadores como você/BERRI/Trueteller têm algum talento especial para o poker. O que exatamente é isso? Apenas inteligência? Certamente houve jogadores que estudaram mais teoria que você, mas não alcançaram os mesmos resultados.
– Só inteligência claramente não basta. Acho que existe um tipo peculiar e meio bobo de inteligência para poker, que não tem utilidade em outras áreas da vida. Por exemplo, jogo xadrez bem pior do que poker (provavelmente por causa da minha imaginação espacial ruim). Acho que tive sorte de ser bom em poker, embora eu tenha trabalhado muito para isso.

– Pelo visto, você não joga mais nos mesmos volumes. Você tenta manter a forma?
– Hoje eu não jogo poker de forma alguma e nem penso nisso. Mas às vezes eu sonho com poker.

– Quais qualidades te ajudaram a ter sucesso?
– Principalmente curiosidade.

– Já pensou em participar do Galfond Challenge?
– Não sei nem o que é isso.

– Como o Isildur conseguiu vencer os mais fortes?
– Ele era um jogador muito incomum. No auge, jogava perto do GTO e, às vezes, fazia ajustes exploitativos muito finos no timing perfeito. Mas ele confiava demais no próprio talento e não acompanhava o progresso analítico. Jogava sessões muito longas cansado, tinha a pior table select da história e podia tiltar a qualquer momento.

– O que permitiu que Doug te vencesse no desafio de vocês?
– Eu me preparei usando um software que construía árvores de decisão manualmente. Tentei aplicar princípios de GTO para criar uma estratégia pré-flop estática com linhas puras em cada nó. Também mesclava limps e raises. Isso foi uma ideia absurda. Doug encontrou a contramedida perfeita. Ele analisava sua base de dados, ajustava ranges pré-flop e depois fazia exploits absurdos. Só explorando pré-flop/flop ele ganhava mais de 10bb/100 de mim.

– Não sente vontade de voltar ao poker para se testar contra os top regs atuais?
– Não. Talvez eu jogue um pouco ao vivo em Vegas algum dia. Mas geralmente acontece assim: passo duas horas me divertindo na mesa e depois começo a sentir ansiedade.

– Por quê?
– É simples: eu não gosto mais de poker.

– Com o que você se ocupa hoje?
– Família, meditação e alguns projetos em IA e finanças.

– Se tivesse só 1 hora por dia para poker, o que faria?
– Estudaria pré-flop até chegar a um nível decente. Construiria uma boa base teórica. Analisaria mãos grandes até o river. Jogaria contra IA para receber feedback.

– Você foi um dos melhores em 8-Game. Como classifica as modalidades pelo impacto no seu EV geral?
– Em 8-Game, o objetivo é ser decente em todas elas. Isso é melhor do que ser o melhor do mundo em uma ou duas. Existem modalidades com winrates maiores, mas eu estudaria todas quase igual.

– A frase atribuída ao enxadrista Mikhail Tal diz: “Devemos levar o adversário a uma floresta escura onde 2+2=5, e apenas um conseguirá voltar.” Isso se aplica ao poker?
– Perfeitamente. Muitas vezes crio opções próximas ao GTO e escolho a que causará mais dificuldade ao adversário.

Eu adoro assimetrias: escolho, por exemplo, uma c-bet de 1/3 do pote, e o oponente precisa equilibrar raise/call/fold. Eu não erro no primeiro nó, mas ele tem três caminhos para fracassar, e eu posso explorar isso. Se a decisão fosse só call ou fold, eu só teria edge se ele se desviasse – o que ocorre pouco. Nesse caso, preciso complicar o nó, misturando c-bets 2/3 de pote e check, que têm valor e frequência parecidos, mas dividem meu range e dificultam o dele.

– Muitos profissionais voltam após “aposentadoria”, mas você parece não ter esse impulso.
– Eu até voltei um pouco e joguei no PokerStars canadense. Mas agora suprimo minha necessidade de jogos estratégicos investindo. Muita gente tem medo de investir, mas os princípios estão sempre mudando e não dá pra experimentar infinitamente.

Bots vencem no poker porque as regras são fixas. Em investimentos, tudo é mais nebuloso, depende do mundo externo. Além disso, dá para investir de forma passiva.

– Você substituiu a adrenalina dos high stakes?
– Com a idade, preciso menos disso. Estou mais calmo, mas também menos capaz de lidar com estresse. Mudei muito e sigo mudando.

– Que lembranças tem dos HU contra BERRI? Como terminaram?
– Ele é muito inteligente. Era sempre interessante jogar contra ele. Se não me engano, terminamos próximos do zero.

– Fale mais sobre investimentos.
– Não faço trading, é dinâmico demais. Prefiro o estilo Buffett: comprar e segurar. Assim eu não perco tudo – essa é minha meta. No investimento estamos sempre em all-in, diferente do poker, então é crucial evitar a ruína.

– Como jogaria 25k mãos agora no CoinPoker em NLHE sem preparação?
– Acho que me sairia bem. Tenho enorme experiência em 6-max NLHE. A base teórica não mudou tanto nos últimos anos. Quando o jogo está resolvido e existem boas ferramentas, não há uma grande diferença entre gerações. Mas talvez isso seja arrogância minha.

4.5
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– Se pudesse começar do zero, escolheria poker novamente?
– Não. Mas também não me arrependo de ter jogado.

– E quanto à educação dos seus filhos, já que o sistema educacional não muda desde os anos 50?
– Minha filha estuda em uma escola alternativa. Existem muitas opções hoje.

– Que profissão escolheria, então?
– Não sei. Agora entendo o estresse, vício, isolamento, alto rake, insegurança e a baixa aplicabilidade das habilidades. Quando jovem, poker parece incrível — aventura, independência e muito dinheiro rápido. Hoje, vejo que não é tão brilhante assim. Talvez seja só rabugice de velho.

– Como saber que seus exploits pararam de funcionar?
– Quando no showdown o adversário mostra uma mão que você não esperava no range dele. Ponto extra se isso te surpreender de verdade.

– Existem conceitos que funcionam em qualquer época, jogo ou limite?
– Primeiro: entenda como o GTO funciona. Depois: jogue muito para saber o que os oponentes fazem nas situações comuns. Em seguida, jogue pré-flop perto do ideal. Jogue contra IA e acompanhe sua loss rate caindo. Isso cria hábitos mentais para navegar na maioria dos nós.

A resposta mais longa foi para Sam Greenwood

– No PLO há mais estratégias puras do que misturadas, e gasto muito esforço pensando nisso em vez de explorar. Como melhorar?
– No PLO eu tenho muito menos exploits do que no NLHE. Às vezes, jogando hold'em, eu penso: “Pena que aqui não temos quatro cartas”. No NLHE, precisamos distribuir frequências entre diferentes linhas, mas não existe um mecanismo eficiente para isso além do randomizador. Já no PLO, recebemos cartas adicionais que servem como um mecanismo natural para randomizar as frequências das nossas combinações de duas cartas.

Se, no NLHE, o GTO diz que “com devemos apostar aqui 65% das vezes”, precisamos de algum randomizador externo para aplicar isso. Alguns jogadores olham para o ponteiro dos segundos do relógio, outros usam os naipes das próprias cartas. Tudo isso é pouco confiável e provoca erros.

No PLO, as cartas extras assumem o papel desse randomizador. Suponha que tenhamos top pair em um board seco; pelo GTO, devemos apostar essa mão em cerca de 60% dos casos. O solver já calculou que, com top pair + flush draw + gutshot, apostamos sempre, enquanto com top pair + backdoors damos check sempre. Toda a “randomização” se baseia em quanta equidade extra essas cartas adicionais concedem à nossa combinação.

No PLO, eu só começo a pensar em exploit no river. A única exceção é quando o próprio oponente se coloca em uma situação que permite explorá-lo severamente (o que acontece com bastante frequência). A estrutura das cartas adicionais nos empurra naturalmente para uma linha próxima ao GTO. Isso permite economizar recursos cognitivos para os spots em que os exploits realmente importam.

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