Título de João Simão no Super High Roller Bowl é o destaque na última semana do ano

À medida que 2025 se aproxima do fim, o poker internacional vive um período de balanço, decisões e reflexões que podem ajudar a definir os rumos do jogo para os próximos anos. As últimas semanas do calendário reuniram desde debates estruturais sobre integridade e confiança no ambiente competitivo até a definição de títulos milionários em alguns dos torneios mais prestigiados do mundo, além da consolidação de rankings que medem regularidade no mais alto nível.

Neste contexto, nomes centrais do poker global voltaram aos holofotes por motivos distintos. Enquanto Dan Cates levantou questionamentos sobre os riscos que a tecnologia e a falta de transparência representam para a credibilidade do jogo, grandes eventos como o Super High Roller Bowl X e o WPT World Championship encerraram o ano com premiações multimilionárias e protagonistas de peso — incluindo o brasileiro João Simão, que fechou a temporada com uma das maiores conquistas de sua carreira.

O período também marcou a definição do Jogador do Ano da Triton Poker Series, principal circuito de high stakes do mundo, e trouxe à tona reflexões pessoais de lendas como Daniel Negreanu e Phil Hellmuth sobre frustrações, variância e expectativas para 2026. No Brasil, o BSOP Summer anunciou uma grade repleta de torneios

Reunidas, essas histórias ajudam a traçar um retrato abrangente do poker no encerramento de 2025 — um jogo que segue crescendo em números e visibilidade, mas que também enfrenta desafios estruturais, renova seus protagonistas e ajusta seu caminho para o futuro.

Integridade em debate no poker moderno

Um dos temas centrais deste encerramento de ano foi levantado por Dan Cates, conhecido mundialmente como Jungleman. Em entrevista recente, o high roller norte-americano chamou atenção para aquilo que considera o maior desafio estrutural do poker contemporâneo: a preservação da integridade do jogo em um ambiente cada vez mais impactado por tecnologia, automação e zonas regulatórias pouco claras.

A fala de Cates foi além de escândalos pontuais. Para ele, o risco real está na erosão gradual da confiança. Segundo o jogador, não basta afirmar que o poker é justo — é necessário demonstrar isso com sistemas de controle permanentes, capazes de funcionar mesmo quando não há holofotes. O profissional também destacou o impacto psicológico desse cenário sobre os jogadores, lembrando que carreiras inteiras dependem da percepção de um ambiente confiável.

Ao defender maior transparência e responsabilidade compartilhada entre operadores, organizadores e jogadores, Cates encerrou sua reflexão com um alerta direto: sem confiança, o poker perde seu sentido mais essencial.

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João Simão fecha 2025 no topo do high stakes

Se o debate fora das mesas foi intenso, dentro delas o brasileiro João Simão teve motivos de sobra para comemorar. O mineiro conquistou o título do Super High Roller Bowl X, realizado no PokerGO Studio, superando um field de 23 entradas em um torneio com buy-in de US$ 103.000 e prize pool total de US$ 2,3 milhões.

Na decisão, Simão derrotou Jason Koon após um heads-up que se estendeu por mais de cinco horas, marcado por reviravoltas dramáticas e múltiplas situações de all-in. Pela vitória, o brasileiro embolsou US$ 1,1 milhão, enquanto Koon ficou com US$ 650.000 pelo segundo lugar. O pódio foi completado por Sam Soverel, terceiro colocado para US$ 350.000, e Nick Schulman, quarto, com US$ 200.000.

O título coroou um dos melhores períodos da carreira de Simão, que já havia vencido torneios relevantes na WSOP Paradise, na Triton Poker Series e no circuito norte-americano ao longo dos últimos meses. Com o resultado, ele ultrapassou a marca de US$ 17 milhões em ganhos ao vivo, consolidando-se como o maior vencedor brasileiro da história do poker em premiações.

WPT World Championship consagra novo milionário

Outro grande destaque do fim de ano veio de Las Vegas. O WPT World Championship, disputado no Wynn Las Vegas, encerrou a temporada do World Poker Tour com números impressionantes: 1.865 entradas e um prize pool de quase US$ 18,3 milhões.

O campeão foi o norte-americano Schuyler Thornton, que conquistou seu primeiro título do WPT e o maior prêmio da carreira: US$ 2.258.856. Na decisão, Thornton superou Soheb Porbandarwala, vice-campeão para US$ 1.969.344. Jeremy Brown terminou em terceiro, faturando US$ 1,25 milhão, seguido por Chad Lipton (US$ 940.000), Jeremy Becker (US$ 710.000) e Maxx Coleman (US$ 540.000).

O torneio contou com a participação de diversos nomes consagrados do circuito e distribuiu prêmios aos 233 melhores colocados, confirmando mais uma vez o status do evento como um dos mais importantes do poker mundial.

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Artur Martirosian é o Jogador do Ano da Triton

No circuito mais caro do planeta, a Triton Poker Series também definiu seu grande nome da temporada. O russo Artur Martirosian encerrou 2025 no topo do ranking de Jogador do Ano, somando 5.296 pontos após uma temporada marcada por extrema regularidade.

Martirosian conquistou um título, acumulou 22 premiações e faturou cerca de US$ 7,7 milhões apenas em eventos da Triton ao longo do ano. Como recompensa, recebeu um bônus de US$ 200.000 e um troféu especial. No top 10 do ranking, o argentino Nacho Barbero apareceu na oitava posição, enquanto os brasileiros João Simão e Alisson Piekazewicz também figuraram entre os jogadores pontuados da temporada.

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Lendas fazem balanço e olham para 2026

Enquanto novos campeões surgem, os ícones do jogo também aproveitaram o fim do ano para refletir. Daniel Negreanu e Phil Hellmuth, juntos donos de 24 braceletes da WSOP, fizeram um balanço sincero de 2025, mesclando frustrações, humor e ambição.

Hellmuth admitiu incômodo com a variância do poker, especialmente nos jogos mistos, enquanto Negreanu destacou conquistas pessoais fora das mesas, como no golfe. Ambos, no entanto, mantêm metas claras para 2026 — incluindo, claro, a busca por mais um bracelete. Entre desejos realistas e provocações, a conversa reforçou que até as maiores lendas seguem convivendo com dúvidas e sonhos.

BSOP terá calendário forte de Mixed Games em 2026

No cenário nacional, o anúncio do BSOP Summer 2026 reforçou uma tendência clara: os jogos mistos vieram para ficar. O festival, que acontece de 23 a 31 de janeiro na Costa do Sauípe, na Bahia, contará com sete torneios de Mixed Games em nove dias, com buy-ins entre R$ 2.500 e R$ 6.000.

A grade completa do BSOP Summer foi publicada ontem em nosso site.

BSOP 2026

BSOP abre temporada 2026 com etapa extensa e foco em torneios caros

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Confira a grade completo dos 50 eventos de estreia do BSOP Summer, incluindo um evento com 100 mil reais de buy-in. Etapa de estreia será disputado na Bahia.

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