Os melhores jogadores focam neste aspecto do jogo
O poker é um jogo de informação incompleta. Como você não pode ver as cartas do adversário, cada decisão deve se basear nas informações observáveis — principalmente nas ações de aposta. Mas há muito mais nuances nisso.
Nesta mão, dois dos melhores jogadores de cash games online — Linus Loeliger (LLinusLLove) e Taisto Janter — se enfrentam nos high stakes.

Linus abre do hijack, e Taisto paga no big blind.
O flop vem , e Linus faz uma continuation bet de 75% do pote — o tamanho mais recomendado pelo solver neste cenário. Nessa textura, o hijack tem uma vantagem de range muito maior e quer capitalizar cedo, apostando alto enquanto o bordo ainda está “limpo” e favorável.

Em geral, quanto mais cartas futuras podem mudar a distribuição de equidade, maior deve ser o tamanho da sua c-bet com o range. Mesmo assim, o solver inclui alguns checks, mesmo com grande vantagem. Sets e dois pares sempre apostam, mas quanto mais fraca a mão, menor a frequência de aposta. Por exemplo, o menor par é uma das apostas menos frequentes. Pares mais fortes, por outro lado, se beneficiam de apostar com mais frequência por valor.

Para manter o equilíbrio, seu checking range deve incluir alguns top pairs, enquanto o betting range pode ocasionalmente conter lower pairs. Isso garante que sua estratégia não fique transparente.

Uma simplificação comum é adotar uma estratégia de range betting — apostando todo o range com o mesmo tamanho. Isso elimina a complexidade de decidir quais mãos apostar e como equilibrar.
Mas será que essa abordagem é boa o suficiente em termos de EV (expected value)?

Em simulações de solver, simplificar para uma aposta de 75% do pote com todo o range perde cerca de 0,07 big blinds de EV — cerca de 1,4% do pote — em comparação à estratégia mista ideal. Se isso é aceitável ou não depende de quanto mais fácil é jogar essa abordagem e de quantos erros você ou seus oponentes podem cometer.
A regra geral é que uma diferença de EV abaixo de 1% do pote é aceitável. Com 1,4%, esse caso está um pouco acima, mas há um detalhe: essa perda assume que o big blind ajusta perfeitamente à sua estratégia de range betting, aumentando muito mais do que faria contra uma estratégia mista.
Na prática, a maioria dos oponentes não percebe que você está range-betando, e mesmo se suspeitarem, precisariam de uma grande amostragem de mãos para identificar. Também precisariam saber que o contrajogo ideal envolve check-raise quase o dobro das mãos. Se o adversário não se ajustar, a perda de EV cai para apenas 0,02 big blinds — cerca de 0,4% do pote.

Na verdade, muitos jogadores de mid stakes fazem check-raise com menos frequência do que deveriam contra uma c-bet de 75%. Isso torna o range betting mais frequente não apenas mais fácil, mas também uma adaptação exploratória contra o campo.
Nos high stakes, porém, onde os oponentes se aproximam mais do GTO, jogadores como Linus preferem estratégias mistas.
é sempre um aposta…

...e recebemos o call.
O turn vem um , e o hijack ainda mantém vantagem de range, embora apenas com o terço superior das mãos.
Como Linus apostou todas as suas mãos fortes e nuts no flop, essas mãos continuam no turn. No entanto, muitas de suas mãos mais fracas também chegam até aqui. Taisto, por outro lado, teria feito check-raise com suas mãos mais fortes no flop, o que significa que restam menos nuts em seu range. Mas ele também não está dando check-call com mãos completamente fracas (air), então suas mãos mais fracas ainda são mais fortes do que as de Linus.
Essa dinâmica — um range polarizado (mãos muito fortes ou muito fracas) contra um range condensado e de força média — é ideal para uma overbet. Linus pode aplicar uma pressão significativa, forçando as mãos médias de Taisto a decisões difíceis e maximizando o EV de suas mãos mais fortes.

Contra uma overbet no turn, o big blind deve, teoricamente, dar fold em quase 60% das mãos. Apenas algumas combinações mais fracas que um top pair podem continuar — e mesmo essas, muitas vezes, alternam entre pagar e desistir. Algumas mãos de dois pares e praticamente todos os sets devem aumentar (raise) neste ponto.

Vale destacar que os jogadores estão com 200 big blinds de profundidade, e essa profundidade afeta significativamente as decisões ideais. Com stacks mais profundos, os sets têm um forte incentivo para construir o pote desde cedo, facilitando jogar por stacks completos até o river. Essa dinâmica muda drasticamente quando os stacks são de 100 big blinds — mas falaremos mais sobre isso em seguida.

Taisto paga novamente, e o river traz o .
Se seu instinto é dar check com , pense de novo. Nesse river, pode apostar a maioria das vezes, extraindo valor de overpairs, top pairs e até lower pairs que ainda pagam em teoria.
Mas se você acredita que o oponente não pagará com essas mãos, pode explorar isso overblefando.
Se essa complexidade de estratégia parece demais, isso não significa que poker não é para você — apenas que precisa encontrar a sala certa para jogar.
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omo a profundidade do stack muda a astratégia
O tamanho do stack muda drasticamente como o solver joga o river.


Quando rodamos a mesma simulação com 100 big blinds, vira um check-back puro — o oposto da estratégia de 200bb.
Por quê? A resposta está no turn.
Com stacks menores, o big blind não faz check-raise com tantos sets ou flush draws como faria com 200 big blinds. Em vez disso, mãos como geralmente apenas pagam, e quase sempre só dão call na aposta do turn.

Como há menos espaço para colocar todos os stacks no meio até o river, não há uma necessidade urgente de construir o pote cedo.
Como resultado, quando a mão chega ao river através de uma sequência de check-call, check-call, o range do big blind com 100 big blinds contém mais nut flushes e full houses. Contra um range tão forte, deixa de ser uma thin value bet e passa a ser um simples check-back.
Mas com 200 big blinds, a ausência de um raise no turn é reveladora. Ela pesa fortemente o range do big blind no river em direção a mãos de força média, e não a monstros. Isso significa que nosso limite de valor muda — e apostar mãos mais finas, como kings com um de copas, se torna lucrativo.

Entender o que está no range do seu oponente em cada etapa da mão é essencial para jogar bem.
Mas os verdadeiros crushers vão um passo além: eles também se concentram no que não está nesse range.

Reconhecer quais mãos estão ausentes — porque teriam sido jogadas de forma diferente nas ruas anteriores — permite ajustar tamanhos de aposta, frequências de blefe e thin value bets com precisão cirúrgica.
Essa é a habilidade que separa os bons jogadores daqueles que ninguém quer enfrentar na mesa.